"O sono não é algo que cumprimos como, por exemplo, a função digestiva, é antes um momento da nossa vida, tal como é praticar exercício físico. Isto porque podemos escolher quando usufruímos dele, só que o organismo não passa sem ele muito tempo, enquanto sem exercício é possível passar muito mais tempo...
Hoje em dia, já há um conhecimento mais aprofundado daquilo em que consiste o sono, estando já compreendidas duas fases fundamentais: a do sono REM (do inglês Rapid Eye Movement) e do sono não-REM.
O ato de dormir serve para restaurar processos químicos e físicos deteriorados durante o período de vigília; por exemplo, consolidar a bioquímica do intelecto e da memória. Um adulto deve dormir entre seis a oito horas, preferencialmente de noite.
Dormir serve para restaurar processos químicos e físicos deteriorados durante o período de vigília
Os sonhos ocorrem durante o sono REM e não é preciso que nos lembremos deles para que tenham acontecido. A lembrança de sonhos exige que haja um quase despertar.
O sistema nervoso funciona de modo a que existam três estados: o de vigília, o não-REM e o REM. Estes estados ocorrem separadamente e parece ser melhor que não ocorram intromissões entre eles. Quando despertamos com um sonho, podemos considerar que estamos a ter um distúrbio no sono, pois trata-se de uma intromissão do estado de vigília no do sono REM.
Sofrer distúrbios de sono impede-nos de reparar com sucesso a nossa bioquímica cerebral, criando patologias diversas. A insónia traduz-se na dificuldade de iniciar o sono ou de manter o sono, ou mesmo na perceção de que o sono não está a ser satisfatório. O número de horas que se dorme pode não ser abaixo do indicado, mas, mesmo assim, a pessoa pode sentir diversos sintomas de insónias, como, por exemplo, acordar cansada e sentir sonolência diurna.
A medicina chinesa, através da acupunctura e da fitoterapia (plantas medicinais chinesas), obtém resultados muito satisfatórios no tratamento deste tipo de problemas, sendo que os nossos pacientes costumam ganhar uma grande qualidade de vida mediante uma melhor qualidade de sono. Contudo, o nosso procedimento, ao contrário do medicamento para dormir, não é indutor do sono (por maior que seja a dose de agulhas e ervas não conseguimos fazer dormir contra vontade), apenas diminuímos a hiperexcitabilidade cerebral, emocional e energética para restituir o sono normal àqueles que o têm alterado."
Artigo de autoria do Dr. Pedro Choy e publicado na Revista "Nova Gente" a 26 de junho de 2016.